A Síndrome Pré Menstrual, conhecida TPM, é caracterizada por sintomas que afetam nossa estabilidade emocional, no período entre a ovulação e a menstruação. Cerca de 80% das mulheres apresentam algum sintoma incapacitante, mas poucas recebem o tratamento adequado, explica a ginecologista Nathalie Raibolt.
Destes sintomas, irritabilidade e humor deprimido são os mais comuns, ocorrendo em cerca 30 a 45% das mulheres com TPM. Por serem sintomas frequentes também em alguns transtornos mentais, muitas mulheres acabam recebendo diagnóstico de doenças como depressão, ansiedade e até bipolaridade, quando na verdade sofrem de Síndrome Pré Menstrual. O contrário também acontece: por tratar-se de uma condição com tantos efeitos emocionais, parte das mulheres que reclamam dos sintomas da TPM, na verdade apresentam algum transtorno psiquiatrico, que apenas pioram no período pré-menstrual.
- É muito comum a mulher estar com depressão ou ansiedade e pensar que só tem TPM. Ou ter só a Síndrome Pré Menstrual e achar que tem algo mais grave e precisa de medicacão continua. Isso acontece porque a maioria das mullheres desconhece a existência de tratamentos específicos para a TPM - ressalta Nathalie Raibolt.
Maus hábitos de vida também podem agravar os sintomas da TPM e contribuir ainda mais para a confusão de diagnósticos. Adiposidade e síndrome metabólica, por exemplo, aumentam a chance da sua ocorrência, principalmente em mulheres com sobrepeso. Da mesma forma, tabagismo, maus hábitos alimentares, ingestão excessiva de álcool e até mesmo alguns medicamentos podem interferir no humor e prejudicar uma avaliação médica mais precisa.
A médica dá dicas para a mulher aprender a se observar e identificar se está mesmo sofrendo de TPM, se os sintomas são um alerta para algum transtorno mental ou se são apenas decorrentes de maus hábitos:
1 - Repare se os sintomas cessam logo no início da menstruação. Uma característica específica da SPM é cessar nos primeiros dias em que a menstruação começa;
2- Faça um diário de hábitos e sintomas - anote tudo - quantas horas dormiu, se dormiu bem, como se sentiu ao acordar, o que comeu ou bebeu ao longo do dia. Pontue acontecimentos que mexam com o seu emocional. Quando pensamos retrospectivamente fica mais fácil aumentar a duração e intensidade dos sintomas. Para o diagnóstico, é importante que as anotações sejam diárias;
3 - Observe seus sintomas por pelo menos 3 meses - os sinais da TPM podem variar muito de um ciclo para o outro, por isso, a avaliação precisa ser prolongada;
4 - Observe se os sintomas aparecem de forma regular ou se ocorrem somente nos 15 dias antes da menstruação - muitas vezes a TPM ocorre somente na semana anterior. Porém, em casos mais graves, ela aparece logo após a ovulação, ou seja, pode durar até 15 dias de TPM;
5 - Veja se os sintomas afetam suas atividades usuais: trabalho, exercícios, eventos sociais;
6 - Observe se você fica ao menos 1 semana do ciclo livre de sintomas - caso contrário pode não ser TPM;
7 - Liste todo e qualquer medicamento ou suplemento que esteja tomando ou que tenha tomado. Alguns remédios podem ter efeitos colaterais relacionados ao comportamento, e é importante que seu médico tenha conhecimento de todos eles para poder chegar a um diagnóstico mais preciso;
8 - Evite excessos de álcool, café ou outras drogas durante o período observado.
O principal diferencial da TPM é a instabilidade, portanto, é preciso observar em que momento e circunstância esses sintomas aparecem - ressalta Nathalie - O importante é a paciente entender que existem tratamentos disponíveis para os sintomas, em todos os casos, e que ela não precisa sofrer com eles. Mas o diagnóstico correto é fundamental para o que o tratamento seja efetivo.
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